O
mapa da votação do texto base da Medida Provisória 665, aprovada nessa
quarta, 6, à noite na Câmara dos Deputados, revela que a dupla PT-PMDB
contribuiu com 41% do apoio à proposta que restringe o acesso a
seguro-desemprego e abono salarial. Dos 252 votos a favor da MP, 104
foram dados pelas duas bancadas. Logo após a aprovação da medida, o
líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), considerou como
decisivo o apoio de ambos. Na primeira batalha decisiva em plenário do
ajuste fiscal, o governo venceu por uma margem apertada, de 25 votos de
diferença.
Desde o início da semana, o Palácio do Planalto
trabalhou duramente para enquadrar a bancada petista, reticente em
apoiar explicitamente as MPs do pacote fiscal (665 e 664). Após ameaça
do PMDB de não votar a favor das propostas - o que poderia contaminar os
demais partidos da base -, o PT deu 54 votos a favor, apenas um contra e
houve ainda nove ausências. O PMDB, por sua vez, deu 50 votos de apoio,
13 contra e ainda três se ausentaram.
O potencial de voto dos
dois partidos poderia ser maior, de 130 apoios, caso deputados que se
posicionaram contra (1 do PT e 13 do PMDB) ou faltaram (9 do PT e 3 do
PMDB) tivessem aderido ao governo.
A votação da MP 665 continuará
nesta quinta com a apreciação de cinco destaques à proposta. Após essa
análise, o texto seguirá para o Senado que tem até o dia 1º de junho,
prazo que a MP perde a eficácia, para votá-lo.
Na base, a
principal surpresa foi o PDT, que deu 19 votos contrários à primeira MP
do ajuste fiscal. Após a votação e a declaração, revelada pelo jornal O
Estado de S.Paulo, de que o presidente do partido, Carlos Lupi, acusou o
PT de "roubar demais", o Palácio do Planalto ameaça retaliar e retirar o
partido do Ministério do Trabalho, comandado por Manoel Dias.
Oposição
Quatro
principais partidos de oposição - PSDB, DEM, PPS e Solidariedade - e o
independente PSB deram 10% votos ao governo, com 27 apoios. PSDB e PPS,
entretanto, não deram um único voto a favor, mas o DEM, com oito, e o
Solidariedade, com um, ajudaram o governo. O PSB - que tem sido
cortejado pelo Palácio do Planalto - votou maciçamente contra, com 22
votos para barrar a medida, e apenas sete favoráveis.
O trio de
partidos do centro considerado irmãos na forma de atuação - PTB e PP e
PR - votaram com dois perfis. PTB e PP praticamente se equilibraram. O
primeiro deles deu 12 votos a favor e 11 contra, enquanto o segundo 21
favoráveis e 18 contrários. Por sua vez, o PR descolou da dupla ao
garantir 27 votos para a MP 665 e apenas cinco contra.
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